Não é, nunca foi e nunca será fácil gerir órgãos públicos no Brasil. Além da morosidade burocrática, jogo de poder em tudo e pra tudo, pesam-se e acumulam-se nas palavras ditas e gravadas na esperança; essas assombram seus gestores. E logo agora, onde tudo e todos estão sendo registrados, ao desejo ou não.
Se passam meses, anos e vemos à passos de gansos os rastros sem firmeza das administrações. Com pouquíssimas possibilidades de dar a volta por cima, dizer tchau e renunciar será um caminho tortuoso e desesperador pra ambas as partes.
Um casamento de juras e fidelidades, às vistas de uma traição pública, transforma-se numa ferida aberta que levará anos para cicatrizar. Mesmo com novos relacionamentos, o medo de não mais dar certo rondará seus sonhos e lucidez pro pesadelo não retornar. Lamentavelmente essa é a trajetória. São marcas da canção do tempo, da ausência do amor e do comprometimento nas administrações públicas.
Por Tony Luiz