Exposição e documentário marcam centenário de ex-deputado e prefeito de Salgueiro Severino Sá

12/02/2017 - Postado por Eugênio Menezes 1334

A história político-social de Salgueiro, município mais antigo do Sertão Central do estado, desde suas origens e fundação, passa pela família Sá. Parte dessa história poderá ser conferida através de um documentário e de fotos, documentos e objetos que integram a exposição ‘Severino – Centenário de Nascimento’. A mostra foi aberta esta semana e ficará até 11 de março, numa sala localizada à praça Benjamim Soares, s/n, próximo ao Cristo Rei, área central da cidade.
O visitante poderá apreciar fatos marcantes da história política da região, não só através de imagens, mas de documentos, recortes de jornais, objetos do médico que atuava como oftalmologista e clínico geral. Severino era apontado por muitas gerações  como o tradicional médico da família que costumava ir às residências ver seus pacientes.

Entre as descobertas presentes na mostra,  destaque para o do homem político e gestor que fazia sempre seu papel diplomático. Em 1964, ano em que o país amargava o começo de uma ditadura militar, o então prefeito recebia a visita do governador Paulo Guerra para inaugurar um sistema de energia elétrica na comunidade sertaneja.
Diante ‘fofocas’ e desavenças políticas entre adversários que cercavam Guerra, o prefeito manteve a calma que lhe era peculiar, mas deu um recado publicamente pedindo que se não pudesse ajudar sua gestão, não atrapalhasse.
Grande parte das imagens expostas registram o desenvolvimento do município principalmente nos anos 60 quando Severino Sá assumiu seu mandato como  prefeito de 1963 a 1969. Uma série de ações marcou a sua administração, em 1964, ano do centenário da cidade  fundada por seu bisavô Raimundo de Sá.
Curadora da exposição, assinada pelo designer Ticiano Arraes, a filha do homenageado, Socorro Sá, explica que a ideia vinha sendo projetada há cerca de um ano, como forma de homenagear o pai e conservar sua memória bem como da história de Salgueiro. “A história dele não é só familiar, mas está agregada a fatos importantes  da região quando foi personagem influente na política e na saúde pública até falecer em 1998”, justifica Socorro.
Exatamente no campo da política, Dr Severino, como até hoje é chamado,  tinha laços de amizade no papel de correligionário com os ex-governadores Miguel Arraes e Carlos Wilson. Diplomático, ele costumava receber visitas ilustres como Marco Maciel, o ex-senador Nilo Coelho, o médico e escritor Orlando Parahym, o músico Luiz Gonzaga, além de deputados federais, estaduais e lideranças da região.
Como parlamentar, consta, por exemplo, em página de Diário oficial do Estado que  Severino Sá foi um dos primeiros políticos do Sertão a defender a motorização das casas de farinha e a agricultura irrigada na região, a partir do Sertão do São Francisco, como Cabrobó e Belém.
Para a esposa Clélia Soares um dos marcos de seu papel na política foi a construção do canal que corta o centro da cidade e a conquista da maior escola da região – que inicialmente foi batizada de Escola Normal Regional de Salgueiro e depois passou a se chamar Escola Carlos Pena Filho.
O último compromisso político de Dr. Severino foi em 1998, ao participar de um comício do ex-governador Miguel Arraes na disputa contra Jarbas Vasconcelos. Poucos dias depois, sofreu um infarto, chegando a ser internado, mas faleceu no Recife.
“A exposição traduz em ordem cronológica a trajetória do médico e do político, desde o nascimento, a temporada do adolescente em Minas Gerais, a faculdade de medicina no Recife e termina com a árvore genealógica da família”, observa o designer Ticiano Arraes.
Documentário
Quem visita a exposição também pode ver o documentário “O médico que amava a vida pública”, produzido pelo jornalista Emanuel Andrade com narração da também jornalista, Isabella Ornellas, contado a trajetória do homenageado.
O filme traz depoimentos de amigos e políticos que sempre foram aliados e seguidores de Severino, como os ex-prefeitos Creuza Pereira e Marcones Libório de Sá além do padre Remir de Vettor.

Fonte: Blog do Carlos Brito

 

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